Que horas são?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013




Fui apresentada à Carla Furtado, pela generosidade da minha amiga Lília Tavares. É a poesia de Portugal, que tanto me encanta.
Para conhecer, um pouco mais da poesia da Carla, confiram o seu blog.



UMA PÉTALA QUE PERDIDA



"O meu amor por ti
nunca nasceu…
nascer é ter uma data
E isso, o meu amor não tem.


nasceu quando Alguém mo deu
E eu recebi-o como quem colhia
uma pétala que perdida voava
E em vão tentava
unir-se ao malmequer
De onde se soltara.


Estava quase morta
– A pétala – mas sorria.


E com os seus olhos brandos, esverdeados,
Apontava para a pequenina haste
Da flor que nas minhas mãos ardia
E suplicava por beber daquela seiva que subia.


E agora… eu que tentei
Dar vida ao que nem sei,
Vou morrendo
Ao mesmo tempo
Que na haste morre
A seiva que te dei.
E o nosso tempo
É somente o tempo
Da tua nossa seiva
Que gerei."


@ Carla Furtado Ribeiro, "Em Silêncio", Chiado Edit. , Lisboa 2013





2 comentários:

  1. "(...) E com os seus olhos brandos, esverdeados,
    Apontava para a pequenina haste
    Da flor que nas minhas mãos ardia
    E suplicava por beber daquela seiva que subia..."

    *

    Queridas Ana Maria e Carla, a Poesia, a seiva, as palavras, a generosidade e o carinho juntam Pessoas muito especiais. Estou diante de duas. Abraço-vos.

    Lília Tavares

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, Lília! Sempre delicada e querida! Muito obrigada!
      Beijo

      Excluir